
por Eliel Rezende
Maio 2019
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Ponto de Vista

Kátia Tramontano
Professora
Assessora Pedagógica
Mestra em Educação



ktmingarelli@hotmail.com
SALÁRIO MÍNIMO DO MÍNIMO
Na segunda-feira (09), um fato chamou minha atenção ao visitar o Cemitério de Vinhedo. Havia muitos vasos de flores sob as árvores que foram deixados por uma florista como doação, porque não conseguiu vendê-los no Dia das Mães. Conversando com os garis que trabalham no local, eles comentaram que não havia muitas flores sobre os túmulos, como era tradição no cemitério em todos os anos anteriores.
O amor pelas mães falecidas diminuiu? Com certeza, não. O que diminuíram foram os recursos para os filhos órfãos comprarem flores para homenagearem suas mães falecidas.
Lógico que não é apenas nessa situação que se vê o reflexo do tripé de estagnação econômica, inflação e aumento generalizado da pobreza, marca do governo Bolsonaro, mas fica claro que os brasileiros, infelizmente têm que fazer escolhas e mudar seus hábitos para poder sobreviver.
De acordo com a consultoria Tullett Prebon Brasil, Bolsonaro será o primeiro presidente, desde a implantação do Real, em 1994, a terminar o mandato com o salário mínimo valendo menos do que quando assumiu.
Descontada a inflação, a queda no poder de compra será de 1,7%, aponta a consultoria. O tombo poderá ser maior, a depender de uma elevação dos preços que poderá se estender até o final do ano, tragédia no horizonte de análise de diversos economistas.
O impacto da queda na renda é avassalador, especialmente na atual conjuntura, marcada por um descontrole absoluto da inflação e paralisia das atividades que vem deixando um contingente de 12 milhões de desempregados sem ter para onde correr.
Desde que Bolsonaro tomou posse, o salário mínimo não ganha reajuste acima da inflação. Até 2019, valia a regra adotada nos governos do PT, que levava em conta a inflação mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores.
Mais um fato inédito na trajetória de Bolsonaro: conseguir fazer do salário mínimo, mais mínimo do que nunca!
Um abraço e até a próxima semana!