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Entrevista com Talita Sechim dos Santos

Talita Sechim dos Santos formou-se em psicologia em 2012 e desde então atua na área. Especializou-se em Projetos Sociais e Políticas Públicas e já esteve à frente de diversos projetos sociais de Louveira e região. Atualmente, Talita está na Cáritas que é ligada à igreja católica, porém ela deixa claro que apesar de ter um princípio católico, a Cáritas é ecumênica, reúne pessoas com diferentes ideias, crenças, perspectivas. O objetivo da Cáritas é ser uma associação que desenvolve ações de assistência social básica na proteção à família, à infância, à maternidade, à adolescência e à velhice. Além do amparo às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Entrevista com Talita Sechim dos Santos LOUVEIRA
Foto: Arquivo Pessoal.

Jornal Tribuna (JT): Quais os principais projetos desenvolvidos pela Cáritas em Louveira?

Talita Sechim (TS): Atualmente, a Cáritas desenvolve diversos projetos, praticamente todos voltados para a área da assistência social. Eu gosto de dividir as ações da Cáritas de duas formas: as ações sociais e assistenciais e projetos de desenvolvimento pessoal ou comunitário. Hoje trabalhamos com a entrega de kit emergencial de alimentos, nós arrecadamos alimentos de cestas básicas e montamos kits e entregamos para a comunidade. Nós temos, também, a confecção de fraldas geriátricas, com uma minifábrica, na qual fabricamos com voluntários e essas fraldas são vendidas sem lucro, apenas para custear o que foi gasto. Também, temos os kits enxovais para bebê, normalmente são para beneficiárias do Bolsa Família ou encaminhadas pela rede socioassistencial de Louveira.

Além disso, temos projetos de segurança alimentar, que chama “Tem comida na mesa” que atende 52 famílias em situação de vulnerabilidade social com a entrega de alimentos perecíveis; o projeto “Crescer aprendendo”, no qual atendemos famílias com crianças de 0 a 6 anos e nós entregamos um cartão alimentação de R$60 por três meses e durante esse período oferecemos atendimento psicológico; outro projeto em parceria com a Prefeitura de Louveira é o “Crescer aprendendo”, no qual atendemos 120 crianças de 6 a 12 anos. Também, temos o “Transformação”, no qual atendemos adolescentes de 13 a 18 anos, neste projeto nós profissionalizamos esses adolescentes para o mercado de trabalho, com aulas de inglês, informática, desenho, aula de administração de empresa e desenvolvimento social, eu sou apaixonada por este projeto. E por último, mas não menos importante, nós temos o projeto “Ser pleno” que é voltado para a terceira idade e fazemos toda a parte de convivência, fortalecimento de vínculos, estimulação cognitiva...


(JT): Qual sua atuação na Cáritas?

(TS): Eu entrei na Cáritas em maio de 2015, inicialmente, fui contratada para ser coordenadora de projeto. Eles estavam começando uma parceria com a Prefeitura e eu já tinha uma experiência na área social, inclusive, trabalhei muitos anos no ITACOLOMI em Vinhedo. O tempo foi passando e fomos desenvolvendo cada vez mais projetos e, hoje, minha função é coordenadora técnica, faço toda a articulação com os parceiros, famílias, equipe... Uma atuação grande e ampla, mas, ao mesmo tempo, muito gratificante.


(JT): Como surgiu seu interesse por essa profissão?

(TS): Eu sou psicóloga de formação e, também, sou coordenadora técnica, mas só sou coordenadora pelo fato de eu ser psicóloga. Eu sou apaixonada por pessoas, por muitos anos trabalhei no Cartório, fui escrevente e lidei com gente o tempo todo. Sou apaixonada por ouvir, sou preocupada com as pessoas o tempo todo. Eu fiz um processo de orientação profissional e me reconheci muito na profissão e comecei a cursar a faculdade. Na faculdade me interessei pelas questões sociais e minha formação toda foi voltada para a área de assistência, na parte de psicologia social. Eu não consigo imaginar a pessoa estar bem em saúde mental se a vida social não estiver bem. O que nós estamos vivendo hoje com a pandemia retrata muito isso, é difícil nós conversarmos com as pessoas e elas estarem 100%, pois hoje a sociedade não vai bem. Quando o social não está legal nossa vida emocional, também, não está legal.

(JT): O que o trabalho da Cáritas representa hoje para Louveira?

(TS): Representa o acolhimento, o amor, o olhar para o próximo. Representa dizer para o outro que ele não está sozinho, que existem pessoas que estão ali por eles. Representa luta, coletividade, fortalecimento da comunidade, um trabalho que vai muito além dos projetos, a gente vê os frutos a cada dia. O trabalho representa um ato de fé. Cáritas é a palavra caridade resumida.


(JT): Existe algum projeto que gostaria que tornasse realidade?

(TS): Tem tantas coisas que a gente pensa, que desejamos. Uma coisa que eu almejo e eu brinco que o meu sonho é ter uma chácara com um campo de futebol, um jardim, para que as pessoas possam usufruir de um espaço de convivência externa, um sonho que tenho em meu coração enquanto coordenadora. Eu, também, gostaria de ter projetos voltados para a profissionalização de mulheres, homens, eu tenho vontade de retomar um projeto de confeitaria, o projeto da horta comunitária...Muitos sonhos, muitos desejos, mas se a gente conseguir sustentar e ampliar o que a gente faz já fico muito satisfeita.


(JT): Para encerrar, deixe uma mensagem aos leitores.

(TS): Minha mensagem é que nesses dias tão difíceis, que não deixemos de ter fé, de ter esperança de dias melhores. Que busquemos dentro de cada um de nós força, garra e resiliência. Você é forte! Não feche os olhos para seu próximo, seja caridoso, estenda a sua mão. E por fim, desejo que sejamos pacíficos, respeitosos, amando o próximo, priorizando a dignidade humana. Gratidão!

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