No início do mês de outubro, a Prefeitura de Vinhedo retomou as atividades presenciais das oficinas culturais. Os cursos contam com a participação de 890 alunos em 30 modalidades e para comemorar este retorno, o Jornal Tribuna, preparou uma série de entrevistas com os artes-educadores das oficinas culturais de Vinhedo. Nesta semana, vamos conhecer a história de Lis Nasser que ministra as oficinas de Contação de Histórias da Prefeitura de Vinhedo.
Jornal Tribuna (JT): Qual o seu nome completo?
(Lis Nasser): Lis Nasser.
(JT): Você é natural de Vinhedo? (Caso negativo – de onde é e como foi sua vinda ao município?)
(LN): Sou nascida em Campinas. Trabalhei 7 anos no Centro Cultural Vicente Musselli em Valinhos e nesse período fiz amigos e desenvolvi trabalhos na região, acabei vindo para Vinhedo por isso e porque faço alguns trabalhos em São Paulo também.
(JT): Qual a sua formação? Conte-nos um pouco de sua trajetória profissional.
(LN): Sou Graduada em Artes Cênicas pela UFOP, Universidade Federal de Ouro Preto e Mestre em Artes da Cena pela UNICAMP. Lá em Ouro Preto mesmo comecei a trabalhar como atriz e Arte/Educadora. Em 2010, eu fui para Campinas e fundamos o Coletivo Onírico de Teatro aqui, na região. De 2011 a 2017, trabalhei como Professora de Teatro no Centro Cultural Vicente Musselli, onde entrei por meio de um concurso público. Nesse mesmo período, também, dei aulas de teatro em ONGs e escolas particulares. No Coletivo Onírico iniciei uma pesquisa em Contação de Histórias, que, a partir de 2016, tomou corpo em um projeto solo que se chama Encomenda Encantada! Histórias e Brincadeiras Realizando apresentações, vídeos e formações para educadores em Contação de Histórias. Atualmente, trabalho como professora especialista de Artes do Corpo na Educação Infantil. Na mesma escola, trabalho como mediadora de leitura e contadora de histórias na biblioteca da Ed. Infantil, mediando e escolhendo as obras literárias mais apropriadas para cada grupo e ministro a Oficina Contação de Histórias no Centro Cultural do Município de Vinhedo.
(JT): Qual oficina cultural você ensina na Prefeitura de Vinhedo e há quanto tempo? Quantos alunos participam da sua oficina?
(LN): Ministro a Oficina de Contação de Histórias há pouco mais de um mês. Conto com a participação de 10 alunos.
(JT): Como está sendo a retomada das atividades presenciais?
(LN): Muito alegre e cuidadosa, estávamos precisando muito dessa troca, olho no olho. O número reduzido de alunos, os protocolos de segurança e, principalmente, a vacinação têm permitido fazer
isso com mais segurança.
(JT): De onde surgiu seu interesse em atuar como oficineira?
(LN): Gosto mais do nome Arte-Educadora, porque oficineira me remete a uma coisa mais técnica e entendo que o trabalho com arte-educação passa sim por algumas técnicas, mas têm como estrutura o pensamento e o fazer poético, que lida muito mais com nossas subjetividades, sentimentos, formas de ver e pensar o mundo do que com qualquer outra coisa. E meu interesse vem justamente daí, de estar junto com as pessoas criando, despertando nossa imaginação, nossa capacidade de diálogo, de pensar e fazermos juntos.
(JT): O que você considera ser a chave para o sucesso do aprendizado?
(LN): A curiosidade, a humildade de ser sempre aprendiz, e a autoconfiança de que cada um de nós é capaz de criar, sonhar, pensar e agir.
(JT): Para encerrar, deixe uma mensagem aos leitores vinhedenses.
(LN): Dizem por aí que nós somos feitos de histórias, eu acho isso tão bonito e concordo muito! Tenho pensado, também, sobre quais histórias escolhemos ouvir e contar e como isso tem potência no mundo, na construção do mundo que queremos, nossas memórias estão ligadas com as histórias que ouvimos, contamos, acreditamos. Qual é a história sobre sua vida que você conta pra você mesmo? Quais são as histórias da sua cidade que você conhece? E quais as que você não conhece ainda? Quantas histórias tem o nosso país? Quer continuar esse papo? Me segue no Instagram @encomendaencantada
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